quinta-feira, maio 28, 2009

Paragráfos que achei essenciais no texto " Dias de sombra dias de luz"


DIAS DE SOMBRA DIAS DE LUZ

Jurandir Freire Costa
Sem o sonho de que os tempos sombrios passarão, viver serve para quê?
Começo pelas sombras. O Brasil vive uma escalada da violência urbana desorientadora. Quando a lista de atrocidades parecia esgotar-se, aparece mais uma figura do medonho, do horror dos horrores, a morte do menino João Hélio. Será que somos uma aberração coletiva apelidada de nação? Será que somos uma civilização sem amanhã? Talvez sim, talvez não. Seja como for, para evitar o dano mais grave é preciso admitir o evidente: criamos uma sociedade inconseqüente que se vê a braços com o pior efeito da inconseqüência humana: a carnificina monstruosa, na qual crianças matam crianças, sem se dar conta da imoralidade do que estão fazendo.
O assassinato de João Hélio por um adolescente que afirmou “não saber o que significa perder um filho assassinado porque nunca teve filho” ... Mas, sobretudo, mostrou que nunca teve a chance de saber o que é um pai, uma mãe, um filho, enfim, o que é amar e perder um ser amado a quem se deu a vida... A impiedosa engrenagem da miséria triturou sua capacidade de introjetar o sentido ético do que Levinas chamou de “infinita responsabilidade pelo Outro”!
Aí, porém, reside a trágica antinomia da condição humana. Apesar de não ter controle sobre as causas que o levaram a agir como agiu, o garoto é responsável pelo que fez, a menos que o consideremos um puro espectro humanóide, o que seria incomensuravelmente mais desumanizante. Podemos, é claro, conceder-lhe o benefício da ausência de consciência plena do crime cometido; podemos olhar com clemência a dolorosa história de vida que o fez praticar o que praticou, mas não podemos isentá-lo da autoria do seu ato.
Nós, universitários ou acadêmicos, não somos anjos prudentes com uma régua de virtudes à mão, prontos para dirimir, judiciosa e incansavelmente, o que é joio e o que é trigo. Nossa tola vaidade nos faz pensar, muitas vezes, que “os outros”, os incultos ou conservadores, podem tropeçar na própria ignorância e não saber o que dizem ou dizerem “não sei”. Nós, não! Nós somos embaixadores do Iluminismo, do Humanismo ou de qualquer outro “ismo”. Por conseguinte, vir a público falar do que sentimos em momentos de comoção moral e intelectual significa confessar o pecado leigo de lesa-razão! Crime, diz-se, é com a justiça, e fora da justiça não há salvação. Porém, o que chamamos de justiça, entendida como lei ou direito instituídos, não nasce da cabeça de Zeus. Nasce de um sentimento anterior, pré-reflexivo e pré-racional, adquirido mediante experiências psicológico-morais primárias, que ao longo das vidas pessoais e da vida cultural tornam-se familiares. Acontecimentos extraordinários do ponto de vista moral podem, assim, fazer-nos hesitar quanto à propriedade e a natureza do que julgamos justo ou injusto. Nestas situações, o moralmente indecidível pode emergir, posto que a enormidade do fato ocorrido força-nos a oscilar, de modo ambivalente, entre o “impiedoso, frio e impessoal” e o “compassivo, passional ou leniente”. Esse é um dos efeitos mais nocivos da anomia cultural: suportar a dúvida de estar sendo, simultaneamente, injusto com a vítima e com o algoz. No caso de João Hélio, como decidir entre a piedade devida a cada um e a equanimidade devida a todos? O que é mais justo: pedir o endurecimento na punição do responsável pela morte de uma criança inocente brutalmente assassinada ou argumentar, em favor do adolescente assassino, que ele jamais teve condições de entender, por questões psicológico-sociais, que o direito à vida é uma prerrogativa de qualquer ser humano?
Não sou derrotista ou desistente. Há coisas nas quais podemos acreditar porque existem e podem ser feitas. Dou dois exemplos. O primeiro é o da conversa recente entre o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, e três governadores recém-eleitos. O ex-prefeito foi direto ao ponto: “polícia sem cidadania e sem reforma urbana é o mesmo que nada”. E, prosseguiu, “quando era prefeito, ao invés de gastar US$ 2,2 bilhões em auto-estradas que beneficiariam 15 %o da população de Bogotá, decidi usar o dinheiro em transporte público, e, com o que sobrou, investir em escolas de qualidade, bibliotecas, parques, ciclovias e melhorias das calçadas. Nós demos a cidade aos pobres que não tinham como usá-la”.
Elite, como bem disse a ministra Marina Silva, não é sinônimo de oligarquia vampiresca. Elite são os melhores; os que pensam e agem com a consciência da responsabilidade pública que têm, em função do poder social e da autoridade moral que souberam conquistar no legítimo exercício de seus talentos e competências. Encontramos, neste ponto, o segundo exemplo, que nos foi dado a ver pelo cineasta João Jardim, em seu belo documentário Pro dia nascer feliz. O filme trata da escolarização de adolescentes brasileiros de pequenas cidades rurais do Nordeste, da periferia das grandes cidades do Sudeste e da alta classe média paulistana. O resultado é impactante. Como seria previsível, presenciamos a trajetória de garotos que terminaram cometendo crimes e foram parar nos aviltantes centros de detenção de menores. O mais importante, contudo, é a surpresa de testemunhar o vigor do desejo de auto-realização e de justiça que anima tantos jovens brasileiros que ainda não sucumbiram á lavagem cerebral do “este país não presta”. Da humilde garota pernambucana que supera obstáculos gigantescos para concretizar suas aspirações literárias ao depoimento de duas garotas da escola paulistana, o que vemos é o desenho humano do que deveria ser uma verdadeira elite. O caso das garotas privilegiadas, em especial, é ainda mais eloqüente, pois contraria em tudo o clichê de alienação e insensibilidade colado aos jovens desse grupo social. Em uma cena, duas dessas garotas conversam, e, ao se referirem à injustiça social que lhes deu tudo, privando a maioria de quase tudo, uma delas diz: “São dois mundos separados”. Ao que a outra, com uma acuidade intelectual cirúrgica, responde: “O pior é que não são dois mundos, é um mundo só”.
Eis uma das chaves da saída: um só mundo, um só povo. Com essa simples consciência, esses brasileirinhos decentes e encantadores mostram que possuem o senso de pertencimento a uma mesma comunidade de tradições, e, portanto, são capazes de reconhecer o direito dos demais ao mesmo respeito e oportunidade que lhes foram dados. No mundo deles - se permitirmos - mortes de inocentes como João Hélio serão lembradas, apenas, como dias de sombras que antecedem os dias de luz. No mundo deles - se permitirmos - a referência do pronome “nós”, na sensível expressão de Rorty, será estendida a todos os brasileiros e a todos aqueles que elegerem nosso país como um bom lugar para se viver. Sonho de bobo alegre, dirão os cínicos. Talvez. Mas - plagiando a rústica Macabéia de Clarice Lispector -, sem esse sonho, viver serve pra quê?
Incelença pro amor retirante
Elomar

Vem amiga visitarA terra, o lugarQue você abandonouInda ouço murmurarNunca vou te deixarPor Deus nosso SenhorPena cumpanheira agoraQue você foi emboraA vida fulorôOuço em toda noite escuraComo eu a sua procuraUm grilo a cantarLá no fundo do terreiroUm grilo violeiroInhambado a procurarMas já pela madrugadaOuço o canto da amadaDo grilo cantadorGeme os rebanhos na auroraMugindo cadê a senhoraQue nunca mais voltouAo senhô peço clemênciaNum canto de incelençaPro amor que retirou.Faz um ano in janeiroQue aqui pousou um tropeiroO cujo prometeuDe na derradeira luaTrazer notícia suaSe vive ou se morreuDerna aquela madrugadaTenho os olhos na istradaE a tropa não voltou

MEU COMENTARIO:

Musica: “incelença pro amor retirante”
Eleomar

Poesia inoperante, lindos versos novamente com Expressão de sentimentos.
O trovadorismo, uma versão mais simples de “poesia ou versos”.

MUSICA: QUEIXA
Caetano Veloso


Um amor assim delicado Você pega e desprezaNão devia ter despertado Ajo........elha e não rezaDessa coisa que mete medo Pela sua grandezaNão sou o único culpado Disso eu tenho a certezaPrincesa, surpresa, você me arrasouSerpente, nem sente, que me envenenouSenhora, e agora, me diga onde eu vouSenhora, serpente, prin.....cesaUm amor assim violento Quando torna-se mágoaÉ o avesso de um sentimento Oceano sem águaOndas, desejo de vingança Dessa desnaturezaBateu forte sem esperança Contra a tua dureza (Refr.)Um amor assim delicado Nenhum homem dariaTalvez tenha sido pecado Apostar na alegriaVocê pensa que eu tenho tudo E vazio me deixaMas Deus não quer que eu fique mudoE eu te grito esta queixa!


MEU COMENTARIO:


Musica : “Queixa”
Caetano Veloso

São versos bastantes elaborado, lindos.são poesias que conversam entre si. Ele expressa-se através desses versos, seus sentimentos, como se fosse uma “liberdade de expressão.

sozinho

Compositor: Caetano Veloso

Às vezes no silêncio da noiteEu fico imaginando nós doisEu fico ali sonhando acordadoJuntando o antes, o agora e o depoisPor que você me deixa tão solto?Por que você não cola em mim?Tô me sentindo muito sozinhoNão sou nem quero ser o seu donoÉ que um carinho às vezes cai bemEu tenho os meus desejos e planos secretosSó abro pra você, mais ninguémPorque você me esquece e some?E se eu me interessar por alguém?E se ela de repente me ganha?Quando a gente gostaÉ claro que a gente cuidaFala que me amaSó que é da boca pra foraOu você me enganaOu não está maduraOnde está você agora?

MEU COMENTARIO:


Musica: “Sozinho”
Caetano Veloso

Há nessa musica uma expressão de sentimentos muito grande, sentimentos de tristeza.
Titulo da Música: O Trovador
Artista: Altemar Dutra

Letra:

Sonhei que eu era um dia um trovador
Dos velhos tempos que não voltam mais
Cantava assim a toda hora
As mais lindas modinhas
De meu rio de outrora
Sinhá mocinha de olhar fugaz
Se encantava com meus versos de rapaz
Qual seresteiro ou menestrel do amor
A suspirar sob os balcões em flor
Na noite antiga do meu Rio
Pelas ruas do Rio
Eu passava a cantar novas trovas
Em provas de amor ao luar
E via então de um lampião de gás
Na janela a flor mais bela em tristes ais

meu comentario

“o trovador”
Altemar Dutra

O trovadorismo tem um papel bem importante,principalmente nas musicas. E especialmente nesta pois ele diz que sonhou que queria ser um trovador , ele gostava de brincar com os versos, expressa-se. E diz que seus
versos encantava as mocinhas.
O trovadorismo tem seu maior desenvolvimento na musica,pois
são versos e poesias.
Txnho valor

Apxsar da minha maquina dx xscrxver sxr um modxlo antigo funciona bxm com xxceção dx uma txcla. Há 42 x duas txclas qux funcionam bxm, mxnos uma x isso faz uma grandx difxrxnça....
... sxmprx qux pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx da minha vxlha maquina dx xscrxvxr , x diga a si mxsmo xu sou uma das txclas impotantxs nas atividadxs x os mxus sxrviços são nxcessários.

autor dxsconhxcido
Qual a moral da sociedade para julgar?


Xauanda Souza Santos
A realidade na qual vivemos nos querem discernir o que é bem e mal, e como fazer tal?, talvez pelo ato de pessoas que inconsequentemente não tiveram a oportunidade de ter uma “vida melhor” , ou mesmo pelo simples fato de não terem um lugar para morar, queremos julga-los por tais atos que muitas das vezes foram conseqüências de uma sociedade egocêntrica, isso não quer dizer que se matar alguém estará livre de punição, mas sim de ter uma oportunidade para uma construção de uma vida a qual não teve. As atrocidades que acontecem nos países estão cada vez mais freqüentes; filho matando o pai, irmão matando irmão, pessoas inocentes sendo julgadas e pessoas tais atos de atrocidade livres. E esse mundo só no qual vivemos existem milhões e milhões de problemas que não conseguimos soluciona-los, fome, pobreza, aumento da temperatura do planeta, poluição... .
A sociedade quer ensinar-nos ou melhor esta colocando em nossa mente o que para ela é ter um valor moral, uma sociedade corrompida por tais coisas, que julgam não fazer o “mau” . Sem esse sonho, viver serve pra quê?

quinta-feira, maio 21, 2009

DIAS DE SOMBRA DIAS DE LUZ

Sem o sonho de que os tempos sombrios passarão, viver serve para quê?
Começo pelas sombras. O Brasil vive uma escalada da violência urbana desorientadora. Quando a lista de atrocidades parecia esgotar-se, aparece mais uma figura do medonho, do horror dos horrores, a morte do menino João Hélio. Será que somos uma aberração coletiva apelidada de nação? Será que somos uma civilização sem amanhã? Talvez sim, talvez não. Seja como for, para evitar o dano mais grave é preciso admitir o evidente: criamos uma sociedade inconseqüente que se vê a braços com o pior efeito da inconseqüência humana: a carnificina monstruosa, na qual crianças matam crianças, sem se dar conta da imoralidade do que estão fazendo.
O assassinato de João Hélio por um adolescente que afirmou “não saber o que significa perder um filho assassinado porque nunca teve filho” mostra a face disforme do imaginário da terra de palmeiras onde cantam sabiás. O adolescente que disse ignorar o que é a dor de perder um filho assassinado porque nunca teve filho, exibiu, sem se dar conta, sua patológica cegueira de valores. Mas, sobretudo, mostrou que nunca teve a chance de saber o que é um pai, uma mãe, um filho, enfim, o que é amar e perder um ser amado a quem se deu a vida. Ao ser privado dessa experiência afetivo-moral básica, o jovem criminoso também foi privado de conhecer a distinção entre o justificável e o injustificável. A impiedosa engrenagem da miséria triturou sua capacidade de introjetar o sentido ético do que Levinas chamou de “infinita responsabilidade pelo Outro”!
Aí, porém, reside a trágica antinomia da condição humana. Apesar de não ter controle sobre as causas que o levaram a agir como agiu, o garoto é responsável pelo que fez, a menos que o consideremos um puro espectro humanóide, o que seria incomensuravelmente mais desumanizante. Podemos, é claro, conceder-lhe o benefício da ausência de consciência plena do crime cometido; podemos olhar com clemência a dolorosa história de vida que o fez praticar o que praticou, mas não podemos isentá-lo da autoria do seu ato. Conclusão: é nosso dever ético condenar e procurar mudar, por todos os meios possíveis, regimes socioeconômicos que favoreçam a formação moral de pessoas sem consciência do que seja crueldade. Caso contrário, estaremos permanentemente expostos a um terrível impasse ético, qual seja, não saber como julgar alguém que não teve condições de dar sentido a palavras como culpa, crime e castigo.
Renato Janine Ribeiro, ao comentar o homicídio do menino João Hélio, exprimiu esse mal-estar. A fantasia de vingança contra o assassino que lhe veio ao espírito, entretanto, nem significou incitação à tortura – longe disso!-, nem neutralidade moral em relação ao Bem e ao Mal. De minha perspectiva – e pode haver outra que não seja pessoal? -, ao escrever o que escreveu, ele pensou em carne viva e revelou um aspecto recalcado de nossa cultura, o convívio promíscuo com a barbárie. Reagindo como reagiu, mostrou o barro de que todos somos feitos, e seu discurso, por isso, foi objeto de numerosas contestações. Compreendo o sentido das objeções feitas, mas não concordo com a maioria delas.
Nós, universitários ou acadêmicos, não somos anjos prudentes com uma régua de virtudes à mão, prontos para dirimir, judiciosa e incansavelmente, o que é joio e o que é trigo. Nossa tola vaidade nos faz pensar, muitas vezes, que “os outros”, os incultos ou conservadores, podem tropeçar na própria ignorância e não saber o que dizem ou dizerem “não sei”. Nós, não! Nós somos embaixadores do Iluminismo, do Humanismo ou de qualquer outro “ismo”. Por conseguinte, vir a público falar do que sentimos em momentos de comoção moral e intelectual significa confessar o pecado leigo de lesa-razão! Crime, diz-se, é com a justiça, e fora da justiça não há salvação. Porém, o que chamamos de justiça, entendida como lei ou direito instituídos, não nasce da cabeça de Zeus. Nasce de um sentimento anterior, pré-reflexivo e pré-racional, adquirido mediante experiências psicológico-morais primárias, que ao longo das vidas pessoais e da vida cultural tornam-se familiares. Acontecimentos extraordinários do ponto de vista moral podem, assim, fazer-nos hesitar quanto à propriedade e a natureza do que julgamos justo ou injusto. Nestas situações, o moralmente indecidível pode emergir, posto que a enormidade do fato ocorrido força-nos a oscilar, de modo ambivalente, entre o “impiedoso, frio e impessoal” e o “compassivo, passional ou leniente”. Esse é um dos efeitos mais nocivos da anomia cultural: suportar a dúvida de estar sendo, simultaneamente, injusto com a vítima e com o algoz. No caso de João Hélio, como decidir entre a piedade devida a cada um e a equanimidade devida a todos? O que é mais justo: pedir o endurecimento na punição do responsável pela morte de uma criança inocente brutalmente assassinada ou argumentar, em favor do adolescente assassino, que ele jamais teve condições de entender, por questões psicológico-sociais, que o direito à vida é uma prerrogativa de qualquer ser humano?
Pode-se responder: podemos ficar ao lado dos dois, escolher um lado contra o outro, ou não querer pensar no assunto, pouco importa. O fundamental é que isto é da alçada da justiça válida para todos e não do arbítrio voluntarista ou dos espasmos emocionais de um só. Em parte, é verdade. Mas qual justiça, volto a perguntar? A dos códigos e protocolos ou a da aspiração ao respeito absoluto e inegociável pela singularidade do outro? O dilema é mais difícil do que se costuma fazer crer. Como bem apontou Olgária Mattos, não por acaso, Adorno, no julgamento dos nazistas, foi levado a dizer algo mais ou menos assim: não faria o menor gesto para condená-los à morte; não faria o menor gesto para poupá-los da morte! No mesmo tom, não foi algo semelhante que levou Hannah Arendt a dizer que há crimes sem perdão, pois aqueles a quem competeria perdoar já não podem mais fazê-lo, por terem sido mortos?
Naturalmente, o infeliz garoto assassino não é um nazista. Ele é um sobrevivente social a quem foi sonegada a mais elementar possibilidade de valorizar a vida do próximo. Isso – creio e defendo – é razão suficiente para julgarmos seu crime com indulgência, mas não é motivo para recalcar o horror que podemos sentir, ao imaginar o que João Hélio sofreu e o desespero alucinadodos pais que viram o filho ser morto como foi. O gênio da língua tarda, mas não falta. Dispomos, em português, de uma palavra para designar filhos que perdem pais, qual seja, “órfão”; não dispomos de palavra alguma para nomear o que se torna um pai ou uma mãe que perde um filho. Este estado é feito de uma dor que não se inscreve na linguagem. Ele é provação extrema; é o mais escuro vazio e a mais lenta agonia; é algo que nenhuma lágrima apaga, porque é a nudez implacável da morte no coração de uma vida que gostaria de não mais ser, e, que, no entanto, é obrigada a continuar sendo.
Diante dessa desmedida, afirmar que não se sabe o que fazer ou que se pode experimentar desejos de retaliação não significa jogar a ética na lama; significa mostrar que a malignidade de algumas circunstâncias sociais podem fazer o discernimento ético vacilar. Para alguns, isto é retórica vazia ou falta de coragem para tomar partido. Mas agir e pensar com justiça não é questão de tomar partido; é questão de experimentação sócio-moral, como sustentaram James, Dewey, Rorty; é questão de apostar, sem garantias e com riscos de frustração, na boa-vontade de nossos parceiros de vida em comum; é questão, enfim, do “perigoso talvez”, tão repetido pelo saudoso Derrida. O que fazer, então, para sanar este estado de coisas? Não há resposta fácil. Como, por exemplo, combater a secular injustiça brasileira, reforçando, ao mesmo tempo, as instituições democráticas, se dependemos, para isso, de parlamentares, que, na maioria, sequer se dão ao trabalho de ocultar do público a baixeza de seus mesquinhos interesses? Como fazer deste país um país tolerante, se os líderes intelectuais, empresariais, políticos etc, comportam-se como fanáticos encastelados em seitas ideológicas, sempre prestes a renunciar ao diálogo e à persuasão e a desqualificar com arrogância ou desdém a opinião do opositor? Como, enfim, restaurar o princípio da boa-fé atribuível, em primeira mão, ao outro, se vemos líderes políticos mentir despudoradamente ou empresários da locomotiva agrícola falando de “liberalismo”, enquanto literalmente escravizam ou deixam morrer por exaustão física seus empregados?
Não sou derrotista ou desistente. Há coisas nas quais podemos acreditar porque existem e podem ser feitas. Dou dois exemplos. O primeiro é o da conversa recente entre o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, e três governadores recém-eleitos. O ex-prefeito foi direto ao ponto: “polícia sem cidadania e sem reforma urbana é o mesmo que nada”. E, prosseguiu, “quando era prefeito, ao invés de gastar US$ 2,2 bilhões em auto-estradas que beneficiariam 15 %o da população de Bogotá, decidi usar o dinheiro em transporte público, e, com o que sobrou, investir em escolas de qualidade, bibliotecas, parques, ciclovias e melhorias das calçadas. Nós demos a cidade aos pobres que não tinham como usá-la”.
Tão simples quanto isso. Por que, então, já não fizemos o óbvio? Porque, de um lado, o arcaico senhoriato empresarial-político brasileiro empenhou-se em fabricar uma caricatura dos mais pobres como um bando de desclassificados indolentes, reprodutores irresponsáveis de criaturas que não sabem como alimentar e educar, e que, por isso mesmo, não merecem viver na mesma cidade que eles; de outro, porque boa parte dos que têm poder de agir na esfera pública e criticam essa concepção indigna do povo brasileiro demitiu-se, por cansaço ou decepção, da tarefa de formar uma elite comprometida com um projeto de nação. Elite, como bem disse a ministra Marina Silva, não é sinônimo de oligarquia vampiresca. Elite são os melhores; os que pensam e agem com a consciência da responsabilidade pública que têm, em função do poder social e da autoridade moral que souberam conquistar no legítimo exercício de seus talentos e competências.
Encontramos, neste ponto, o segundo exemplo, que nos foi dado a ver pelo cineasta João Jardim, em seu belo documentário Pro dia nascer feliz. O filme trata da escolarização de adolescentes brasileiros de pequenas cidades rurais do Nordeste, da periferia das grandes cidades do Sudeste e da alta classe média paulistana. O resultado é impactante. Como seria previsível, presenciamos a trajetória de garotos que terminaram cometendo crimes e foram parar nos aviltantes centros de detenção de menores. O mais importante, contudo, é a surpresa de testemunhar o vigor do desejo de auto-realização e de justiça que anima tantos jovens brasileiros que ainda não sucumbiram á lavagem cerebral do “este país não presta”. Da humilde garota pernambucana que supera obstáculos gigantescos para concretizar suas aspirações literárias ao depoimento de duas garotas da escola paulistana, o que vemos é o desenho humano do que deveria ser uma verdadeira elite. O caso das garotas privilegiadas, em especial, é ainda mais eloqüente, pois contraria em tudo o clichê de alienação e insensibilidade colado aos jovens desse grupo social. Em uma cena, duas dessas garotas conversam, e, ao se referirem à injustiça social que lhes deu tudo, privando a maioria de quase tudo, uma delas diz: “São dois mundos separados”. Ao que a outra, com uma acuidade intelectual cirúrgica, responde: “O pior é que não são dois mundos, é um mundo só”.
Eis uma das chaves da saída: um só mundo, um só povo. Com essa simples consciência, esses brasileirinhos decentes e encantadores mostram que possuem o senso de pertencimento a uma mesma comunidade de tradições, e, portanto, são capazes de reconhecer o direito dos demais ao mesmo respeito e oportunidade que lhes foram dados. No mundo deles – se permitirmos – mortes de inocentes como João Hélio serão lembradas, apenas, como dias de sombras que antecedem os dias de luz. No mundo deles – se permitirmos – a referência do pronome “nós”, na sensível expressão de Rorty, será estendida a todos os brasileiros e a todos aqueles que elegerem nosso país como um bom lugar para se viver. Sonho de bobo alegre, dirão os cínicos. Talvez. Mas – plagiando a rústica Macabéia de Clarice Lispector -, sem esse sonho, viver serve pra quê?
Jurandir Freire Costa
Gregório de Matos

A Umas saudades (257)

Parti, coração, parti, navegai sem vos deter, ide-vos, minhas saudades a meu amor socorrer.Em o mar do meu tormento em que padecer me vejo já que amante me desejo navegue o meu pensamento: meus suspiros, formai vento, com que me façais ir ter onde me apeteço ver; e diga minha alma assi: Parti, coração, parti, navegai sem vos deter. Ide donde meu amor apesar desta distância não há perdido constância nem demitido o rigor: antes é tão superior que a si se quer exceder, e se não desfalecer em tantas adversidades, Ide-vos minhas saudades a meu amor socorrer.
AUTORES BARROCOS

GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (1636-1695)

Poesia Satírica

O desengano barroco tem como uma de suas conseqüências o implacável gosto pela sátira. Resposta a uma realidade que os artistas julgam degradada, a poesia ferina e contundente não perdoa nenhum grupo social. Ricos e pobres são fustigados pelas penas corrosivas de Góngora, de Quevedo, como mais tarde o fará o brasileiro Boca do Inferno. Esta ironia cáustica e por vezes obscena é traço marcante do barroco ibérico.
Quando retorna ao Brasil, já quarentão, em 1682, Gregório de Matos encontra uma sociedade em crise. A decadência econômica torna-se visível: o açúcar brasileiro enfrenta a concorrência do açúcar produzido nas Antilhas e seu preço desaba. Além disso, uma nova camada de comerciantes (em sua maioria, portugueses) acumula riquezas com a exportação e importação de produtos. Esta nova classe abastada humilha aqueles que se julgam bem nascidos, mas que, dia após dia, perdem seu poder econômico e seu prestígio.

Negros dançando ao som de tambores, tela de Zacharis Wagener
O crítico José Miguel Wisnik capta bem o estado de espírito do poeta:
Filho de um senhor de engenho encontra o engenho em plena crise, é seu mundo usurpado por aquilo que ele vê como o arrivismo oportunista dos pretensos e falsos nobres, os negociantes portugueses. O bacharel vive a farsa das instituições jurídicas (...) O poeta culto se vê num meio iletrado. A literatura está sufocada nos "auditórios - de Igreja, academia, comemoração" - praticada por juristas, sacerdotes e burocratas, realizando a apologia do sistema. Na vida concreta, Gregório de Matos visualiza as idéias barrocas do "desengaño del mundo", do desconcerto da existência.
Contra tal ordem de coisas, contra este novo mundo, que revirou todos os princípios e hierarquias, que pôs tudo de cabeça para baixo, que está afundando a sua classe, ele vai protestar. O protesto dá-se através da linguagem poética, transformada quase sempre em caricatura, ofensa, praguejar, explosões de um cinismo cru e sem piedade. O gosto do poeta pelo insulto leva-o a acentuar os aspectos grotescos dos indivíduos e do contexto baiano como neste soneto em que descreve a cidade da Bahia (Salvador):
A cada canto um grande conselheiro,Quer nos governar cabana e vinha, *Não sabem governar sua cozinha,E podem governar o mundo inteiro.Em cada porta um freqüente olheiro,Que a vida do vizinho, e da vizinhaPesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,Para a levar à Praça e ao Terreiro.Muitos mulatos desavergonhadosTrazidos pelos pés os homens nobres,Posta nas palmas toda a picardia.*Estupendas usuras* nos mercados,Todos os que não furtam muito pobres:E eis aqui a cidade da Bahia.
Cabana e vinha: no sentido de negócios particulares.Picardia: esperteza ou desconsideração.Usuras: juros ou lucros exagerados.

BARROCO
Gregório de Matos

Poeta barroco brasileiro, nasceu em Salvador/BA, em 20/12/1623 e morreu em Recife/PE em 1696. Foi contemporâneo do Pe. Antônio Vieira. Amado e odiado, é conhecido por muitos como "Boca do Inferno", em função de suas poesias satíricas, muitas vezes trabalhando o chulo em violentos ataques pessoais. Influenciado pela estética, estilo e sintaxe de Gôngora e Quevedo, é considerado o verdadeiro iniciador da literatura brasileira.
Gregório de Matos
De família abastada (seu pai era proprietário de engenhos), pôde estudar com os jesuítas em Salvador. Em 1650, com 14 anos, abala para Portugal, formando-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1661. É nomeado juiz-de-fora em Alcácer do Sal (Alentejo) em 1663. Em 1672 torna-se procurador de Salvador junto à administração lisboeta.
Volta ao Brasil pouco depois de 1678. Quarentão e viúvo, tenta acomodar-se novamente na sociedade brasileira, tarefa impossível. Apesar de investido em funções religiosas, não perdoa o clero nem o governador-geral (apelidado "Braço de Prata" por causa de sua prótese) com seu sarcasmo. Mulherengo, boêmio, irreverente, iconoclasta e possuidor de um legendário entusiasmo pelas mulatas, pôs muita autoridade civil e religiosa em má situação, ridicularizando-as de forma impiedosa.
Provocando a ira de um parente próximo do governador-geral do Brasil, foi embarcado à força para Angola (1694), pois corria risco de vida. Na África, curte a dor do desterro, espanta-se diante dos animais ferozes, intriga-se com a natureza, dá vazão ao seu racismo e se arrisca à perda da identidade. Sua chegada à Luanda coincide com uma crise econômica e com uma revolta da soldadesca portuguesa local. Gregório interferiu, pacificou o motim, acalmou (ou traiu?) os revoltosos e, como prêmio, voltou para o Brasil, para o Recife, onde terminaria seus dias.
Sua obra poética apresenta duas vertentes: uma satírica (pela qual é mais conhecido) que, não raro, apresenta aspectos eróticos e pornográficos; outra lírica, de fundo religioso e moral.
Ao contrário de Vieira, Gregório não se envolveu com questões magnas, afetas à condução da política em curso: não lhe interessavam os índios, mas as mulatas; não o aborreciam os holandeses, mas os portugueses; não cultivou a política, mas a boêmia; não "fixou a sintaxe vernácula", mas engordou o léxico; não transitou pelas cortes européias, mas vagabundeou pelo Recôncavo.
É uma espécie de poeta maldito, sempre ágil na provocação, mas nem por isso indiferente à paixão humana ou religiosa, à natureza, à reflexão e, dado importante, às virtualidades poéticas duma língua européia recém-transplantada para os trópicos. Ridicularizando políticos e religiosos, zombando da empáfia dos mulatos, assediando freiras e mulatas, ou manejando um vocabulário acessível e popular, o poeta baiano abrasileirou o barroco importado: seus versos são um melting pot poético, espelho fiel de um país que se formava.
Finalmente, o que muitos não devem saber é que Gregório também é considerado antecedente do nosso cancioneiro, pois fazia "versos à lira", apoiando-se em violas de arame para compor solfas e lundus. O lundu, criado nas ruas, tinha ritmo agitado e sincopado, e melodia simples com resquícios modais, sendo basicamente negro. Do lundu vieram o chorinho, o samba, o baião, as marchinhas e os gêneros de caráter ritmado e irreverente.
OUTROS POEMAS

CLAUCO MATTOSO
*
Terrorismo com torresmo,
Represália a alho e óleo,
Militante à milanesa,
E tortilha de guerrilha.

Ciranda, cirandinho,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar.

Molho pardo de massacre de combate,
Passeata com cassata de mandato,
Gabinetes com tortura ao molho tártaro,
Putsch com ketchup, croquetes de seqüestro.

Salada mista extremista com vinho de Greves,
Trincheiras trinchadas com ilegumes partidos,
Regimes e Dietas à la Magna Carta.
Magna
Che te fa fene!

Valentim, tim, tim,
Valentim, meu bem,
Quem tiver inveja
Faça assim também.

*
O melhor poema não é o des-
classisficado pela crítica, nem
o proibido pela censura, nem
tampouco o desconhecido pelo
público. O melhor poema é o
repudiado pelo autor.

*
“Qual poeta é mais vanguardista,
aquelle que pega um poema
em portuguez e tira todas as
vogaes ou aquelle que pega um
poema em allemão e tira todas
as consoantes? Pra mim é a-
quelle que pegas essas vogaes
e consoantes e tira um poema
que não pode ser lido em português nem em alemão”.
GLAUCO MATTOSO


Pedro José Ferreira da Silva, conhecido como Glauco Mattoso, nasceu em São Paulo em 1951. O pseudônimo Glauco Mattoso vem da palavra glaucoma, causa de sua deficiência visual há muitos anos. Mattoso seria uma referência ao poeta satírico barroco Gregório de Mattoso, seu alterego poético.

Cursou biblioteconomia (na Escola de Sociologia e Política de São
Paulo) e letras vernáculas (na USP), ainda nos anos 70 participou, entre os chamados "poetas marginais", da resistência cultural à ditadura militar, época em que, residindo temporariamente no Rio, editou o fanzine poético-panfletário JORNAL DOBRABIL (trocadilho com o JORNAL DO BRASIL e com o formato dobrável do folheto satírico) e começou a colaborar em diversos órgãos da imprensa alternativa, como LAMPIÃO (tablóide gay) e PASQUIM (tablóide humorístico), além de periódicos literários como o SUPLEMENTO DA TRIBUNA e as revistas ESCRITA, INÉDITOS e FICÇÃO.

Durante a década de 80 e o início dos 90 continuou militando no
periodismo contracultural, desde a HQ (gibis CHICLETE COM BANANA,
TRALHA, MIL PERIGOS) até a música (revistas SOMTRÊS, TOP ROCK), além de colaborar na grande imprensa (crítica literária no JORNAL DA TARDE,
ensaios na STATUS e na AROUND), e publicou vários volumes de poesia e
prosa.

Livros de poesia: Línguas de papa (1982); Memórias de um pueteiro (1982); Limeiriques & outros dediques glauquianos (1982); Centopéia – sonetos nojentos & quejandos (1999); Paulicéia ilhada – sonetos tópicos (1999); Geléia de rococó – sonetos barrocos (1999);Panacéia – sonetos colaterais (2000).

Mattoso retoma a antropofagia do ponto em que Oswald parou. E, ainda, acrescenta um dado novo. Aquele nos explica: "Já que a nossa cultura (individual & coletiva) seria uma devoração alheia, bem que podia haver uma nova devoração dos detritos ou dejetos dessa digestão. Uma reciclagem ou recuperação daquilo que já foi consumido e assimilado". O dado novo: devorar os resíduos, aquilo que ficou à margem, em outras palavras, aquilo que a tradição moderna brasileira não aproveitou. Proposta que Mattoso, singularmente, chamou de coprofagia.
FRANKLIN ALVES

“Glauco Mattoso é um herdeiro da poesia fescenina (a lírica licenciosa da Antiguidade latina), das cantigas de escárnio e maldizer (que remontam ao trovadorismo português), da poesia erótica do barroco brasileiro Gregório de Matos e do sonetista português du Bocage (1765-1805); transforma perversão, pornografia e auto-humilhação msoquista (leia-se se “Soneto de Natal”) em denúncia anárquica da “merda comunitária cosmopolita” — como no “Manifesto Coprofágico”, cuja epígrafe é uma “licença poética” com o nome do poeta espanhol Federico García Lorca...”
Manuel da Costa Pinto

quarta-feira, maio 20, 2009

Sonhar é preciso

Sonhar é sair pela janela da liberdade,
é vaguear pelos caminhos
proibidos ou não.
É, sem ter um rumo qualquer,
ter um alvo a perseguir:
a felicidade.

Sonhar é não limitar-se a limites
sejam eles quais forem,
impostos ou não.
É fazer do impossível o possível
quando e como quiser o coração.

Sonhar é viver o passado no futuro
e o futuro no presente.
É ter o se quer
e afastar o que não se deseja
É despertar dentro de si
aquele ser criança.
É almejar a vida...

Pra sonhar não é preciso
ter passado, nem presente,
nem cultura, nem riquezas...
Pra sonhar não precisa fazer parte
de uma classe social
de uma faixa etária
ou de qualquer coisa que separe
um ser humano do seu semelhante
É preciso apenas ter esperança
pois sem esperança ninguém vive
e sonhar é viver...

Sonhar não é direcionar os pensamentos
ao que pode ser real
Mas sim tornar real,
mesmo que apenas na mente,
o possível e o impossível,
o real e o abstrato
o tudo e o nada
Num tempo e num lugar
a serem definidos
ao belprazer de quem sonha...

Sonhar é dar a própria vida
a um sentimento de bem-estar
e, sem restrições,
entregar ao coração as rédeas da razão
É viver com quem se ama
sentindo-se amado.
Sonhar é sair...
É vaguear...
É não ter rumo.
É ter um alvo.
É não limitar-se.
É fazer...
É sentir...
É amar...
É ser amado...
É ter esperança...
É viver!

Sonhar é preciso!

Telmo


Eunápolis, 17 de Abril de 2009.

Aos meus queridos professores.

È com muita alegria e gratidão, que quero lhes falar, o quanto sinto saudade de vocês, quero agradecê – los pelo enorme carinho e paciência que tiveram comigo pelos anos que passamos juntos.Quero agradecer a minha querida professora de língua portuguesa, Jane Sodré. Quero te dizer o quanto suas aulas foram gratificantes para minha vida, onde adquiri muito conhecimento, sempre dinâmicas e interativas, o que eu mais gostava nas suas aulas eram as reflexões que você fazia toda semana, com elas eu aprendi muito sobre a vida e que às vezes tem pontos altos e baixos, muito obrigada.Também não poderia esquecer do meu professor de geografia, Rubens. Que sempre quando tinha dúvidas me ajudava, sem falar nos trabalhos que passava sempre temas ricos em conhecimento, muito obrigada.Não posso deixar de falar das minhas queridas professoras Martiane de informática e Sara de história, que sempre estavam atentas a me ouvir e me ajudar no que precisasse.Sem deixar de falar de ciências, que por motivos de saúde ficou pouco tempo comigo, mas foi o suficiente para passar para mim e meus colegas o seu conhecimento.Agradeço a minha professora de inglês, Renildes, por ter me ensinado um pouco do inglês.Minha professora de educação artística, Urânia, que sempre passava para nós um pouco do que é arte.Ao meu professor de Educação física, Hélio Santiago, que me ensinou um pouco do que é educação física.Também ao meu professor de matemática, Antony Caribe, que me ajudou a aprender equação de 2°grau, obrigado.São tantos agradecimentos que essa simples carta não poderia expressar a imensa gratidão por ter tido vocês como meus professores, que Deus os abençoe preenchendo a vida de todos com muitas felicidades, saúde, paz...Quero dizer que nunca vou esquecê - los.Aos meus queridos professores,De sua aluna: Xauanda Souza Santos.
O Menestrel - Texto o Menestrel


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
O conhecimento acima de tudo
Por Reinaldo Polito
-->Sempre aparece alguém usando a conhecida frase “Não basta à mulher de César ser honesta; ela tem de parecer honesta”, para mostrar que bolo sem chantilly não vai para mesa de festa. Embora ela esteja meio surrada, eu também vou usá-la para explicar um dos mais importantes conceitos da comunicação: para conquistar a credibilidade dos ouvintes não basta apenas conhecer o assunto, você precisa demonstrar que é do ramo.Há algum tempo fiz uma palestra para um grupo de professores de cursos de pós-graduação. Quando abri para perguntas, um deles levantou o braço não para perguntar, mas sim para reclamar. Ele não se conformava com o fato de que jovens estudantes, depois de assistirem a sua palestra, tivessem a petulância de criticar a maneira como se apresentara. E justificou sua revolta dizendo que havia pesquisado e se preparado a vida inteira e não poderia admitir que aqueles garotos inexperientes o julgassem. Pelo jeito como ele se expressou ao levantar o tema, senti na hesitação, na voz baixa, nas pausas muito longas, na comunicação visual perdida no vazio, e até numa certa negligência na forma de falar, que sua comunicação não demonstrava seu conhecimento e seu preparo. Parecia uma pessoa com pouca formação intelectual.Pensei bem antes de decidir que resposta daria. Depois de concluir que o mestre, para se defender, estava tentando dizer que falar bem era uma atividade pequena, e, quem sabe, até insignificante, fui firme com ele e disse o que realmente pensava sobre o assunto: se sua intenção fosse a de continuar fazendo palestras, deveria se preparar para falar bem com o mesmo empenho com que se dedicara às pesquisas. Sim, porque não era suficiente apenas conhecer o assunto. Se ele quisesse conquistar a credibilidade dos ouvintes, precisaria demonstrar esse conhecimento também na maneira de falar. Essa é uma boa regra a ser seguida: para que os ouvintes acreditem em você, além de conhecer o assunto será preciso demonstrar que as informações que transmite são resultado da sua experiência, das suas pesquisas, das suas atividades, enfim, que a matéria transpira espontaneamente na sua forma de se expressar. Ao sentir que você domina o tema, os ouvintes confiarão na sua autoridade e receberão a mensagem sem pôr em dúvida sua competência.Saiba sempre muito mais do que irá falar. Em uma apresentação de 30 minutos, tenha informações suficientes para no mínimo uma hora de exposição. Da mesma forma, se precisar expor um tema por uma hora, leve um estoque de informações que dê para falar pelo menos duas horas. Não negligencie, vá para frente dos ouvintes com a certeza de que está levando matéria de sobra até para um período de prorrogação.Não se iluda imaginando que estará amparado com qualquer preparo, invista todo tempo de que dispuser. Se, por exemplo, sua apresentação for daqui a uma semana, prepare-se a semana toda. Se for daqui a um mês, use todo o mês para se preparar. E assim, um ano, dois, ou até uma vida inteira. É muito importante que você aproveite todas as oportunidades para se impregnar de informações.Imagine que você tenha que falar sobre a produção de laranja. Seria muito arriscado para o sucesso da sua apresentação se deixasse para estudar o tema na última hora. Quanto mais cedo puder pesquisar sobre o assunto e aprender sobre a matéria melhor. Abra uma pasta no computador, ou, se achar mais prático e conveniente, use uma caixa e vá guardando tudo que localizar sobre o tema – notícias de jornais, de revistas, referências bibliográficas. Tome conhecimento do material, anote de uma forma que facilite sua pesquisa posterior e vá guardando. Faça um arquivo com seu estilo pessoal para no futuro saber como encontrar mais facilmente as informações. Aprenda como funciona todo o processo de produção, se possível, no próprio local. Tendo chance visite uma plantação de laranja e verifique como é feito o plantio, a colheita, o transporte, a seleção, a embalagem, a comercialização interna e o processo de exportação. Troque informações com os operadores , com os distribuidores, atacadistas, consumidores. Enfim, conheça o máximo que puder sobre esse mercado e se transforme numa espécie de autoridade a respeito do tema. Durante a apresentação os ouvintes perceberão que você tem domínio sobre o assunto e ficarão mais dispostos em ouvi-lo.Lógico que por uma série de fatores nem sempre será possível se dedicar para ter todo esse preparo. Nesse caso, faça o que estiver ao seu alcance, mas tenha em mente que quanto mais preparado você estiver, mais segurança irá demonstrar e mais credibilidade poderá conquistar.Persiga essa regra básica da boa comunicação: conheça o assunto com a maior profundidade que puder e demonstre esse conhecimento na hora de falar, pois só assim terá credibilidade. E lembre-se também de que depois de sentir que está preparado, se tiver algum tempo, faça mais um esforço e se prepare ainda mais. Você não se arrependerá.

postado por xauanda

Ainda sobre o amor

Se não quer se esforçar pra fazer o outro feliz, então não faça alguém se apaixonar por você Se não quer se dedicar e dá sua atenção e ser p...